sexta-feira, 23 de novembro de 2012

MITOS VERSUS VERITAS DO BILINGUISMO!!!

Existem muitos mitos ao redor do bilinguismo. Algumas pessoas ainda são reticentes com relação a introdução de uma nova língua na vida de seus filhos. No entanto, o que deixam de perceber são as diversas vantagens acumuladas por essas crianças.

As vantagens não se restringem ao aspecto línguístico. Extendem-se ao campo cognitivo, cultural e inclusive social. Uma criança que conhece uma língua estrangeira, de preferência aquela que ainda é conhecida como a língua universal, o inglês, lança-se na frente com relação aos materiais educativos a ele acessíveis, à literatura internacional, ao desenvolvimento cognitivo e posteriormente o mercado de trabalho.

Neste momento, vamos começar pelo próprio conceito de bilinguismo.


O que é Bilingüismo?

Bilinguismo é definido pela capacidade de alguém comunicar-se em duas línguas, podendo uma ser predominante sobre a outra.


A fluência completa em duas línguas (capacidade de entender, falar, ler e escrever) é denominado BILINGUISMO EQUILIBRADO..



AGORA, AOS MITOS E VERITAS:



1. Aprender duas línguas pode confundir e diminuir sua capacidade cognitiva.

Muito pelo contrário. Já está comprovado que pessoas bilíngues possuem inúmeras capacidades superiores aos monolíngues, tais como: realização de operações mentais com percentuais, construções verbais e não verbais mais elaboradas, facilidade de dedução de regras, a própria criatividade e maior capacidade conceitual.

2. O aprendizado de uma segunda língua deve ser introduzida apenas após a compleição do aprendizado da primeira.
O aprendizado de línguas simultâneamente não influi em nada no desenvolvimento das crianças. Inclusive, já foi provado através de estudos extensivos que uma criança bilíngue ou poliglota manifesta os mesmos marcos de desenvolvimento daquelas que são monolíngues. Ou seja, não há atrasos no desenvolvimento sob qualquer aspecto, seja ele físico, cognitivo ou emocional.

3. Crianças que falam duas ou mais línguas não se sentem confortáveis. Sentem-se excluídas linguística e culturalmente.
A questão da inclusão cultural e do sentimento de bem estar não depende do número de línguas aprendidas. Aliás, quanto mais, melhor! O que influi nesse aspecto é o meio de convivência da criança. O local de aprendizado (seja ela famíliar ou escolar) é um local acolhedor, amorosa que lhe traz segurança? Caso não seja, a personalidade da criança vai refletir seus sentimentos de dúvidas, inseguranças, possíveis traumas, independente de ser ou não bilíngue.

4.Uma pessoa bilíngue pensa apenas em uma língua. Isso implica na tradução mental para aquela considerada predominante.
Como foi citado, a questão da predominância é algo ocasional. O pensamento de pessoas bilingues flui naturalmente em ambas as línguas, dispensando a tradução entre elas. O que pode ocorrer ocasionalmente é relacionado a vocabulário. Lembrar de uma palavra em uma língua e não na outra naquele momento, por exemplo.

5.A tradução é uma capacidade natural às crianças bilíngues.  Sendo assim, serão ótimos tradutores quando adultos.
Até hoje, nenhum estudo mostra essa correlação.

6.O verdadeiro bilinguismo é aquele no qual as duas línguas nunca são misturadas. Quando isso ocorre, indica falta de conhecimento em ambas as línguas.
Tal qual já foi citado na maioria das vezes uma palavra pode ser usada em língua diferente daquela que está sendo falada naquele momento por falta de lembrança de um vocábulo adequado na outra. Essa limitaçaõ pode ser algo do momento ou relacionada ao vocabulário adquirido durante o aprendizado. Não se engane, essa falta de vocabulário pode acontecer também quando a criança ou adulta está a usar a língua materna. Não se trata de limitação, apenas um momento.

7.O bilinguismo é reflexo de um diagnóstico transtorno dissociativo da personalidade (dupla personalidade). Para cada personalidade, uma língua.
Bilingüismo não leva à dupla personalidade. O que acontece é que os bilíngües assumem atitudes diferentes quando falam uma ou outra língua devido às diferenças culturais relacionadas a essas línguas. Quando um bilíngüe fala português, ele se comporta de acordo com o padrão de comportamento das pessoas que falam português com ele. Ao falar alemão, não terá apenas que mudar de língua, mas também de atitude ao se comunicar em um meio "alemão". Isso não tem nada a ver com a personalidade do indivíduo, e sim com o ambiente social em que se encontra.

8.O monolinguismo é o "normal" do mundo.
Na verdade, os monolinguistas hoje são minoria no mundo. De fato, mais da metade da população do mundo é, pelo menos, bilíngue. Isso se percebe muito na Europa, onde a maioria é fluente em inglês. Alguns países como suíça possuem três línguas oficiais.

9.Após determinada faixa etária, as crianças tornam-se incapazes de adquirir uma segunda língua.
Com relação à vantagem das crianças no aprendizado de uma nova língua não resta dúvidas. Biologicamente falando, elas aprendem com mais facilidade e rapidez que os adultos, inclusive há um gráfico que demonstre esse fato. Veja abaixo:

No entanto, isso não é regra universal incontestável, pois há adultos que adquirem uma segunda língua por completo, muitas vezes sem mesmo sotaque. Em qualquer idade, a capacidade de aprender continua presente. De modo geral, no entanto, essa capacidade decresce com a idade. DECRESCE, NÃO DESAPARECE.

























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